Conceito
O Cone de Futuros é uma ferramenta visual que representa a incerteza e nos desafia a explorar nossas visões de futuros potenciais e a nos prepararmos para eles, ao invés de simplesmente reagir às mudanças.
Inicialmente proposta por Hancock e Bezold (1994) e ampliada por Voros (2007), ela possui a forma de um funil, em que a base simboliza o momento presente, onde a incerteza é menor, enquanto a ponta representa o futuro distante, caracterizado por maior incerteza.
No interior do funil, cada cone representa um espectro de futuros potenciais, em que construímos cenários específicos com base em aspectos qualitativos como tendências, megatendências e forças motrizes que podem moldar o futuro, a partir de diversas fontes de evidências e da combinação de diferentes variáveis.
Em seu contexto de utilização, o Cone de futuros ajuda a:
visualizar a amplitude de futuros potenciais e construir cenários mais realistas (pensamento de futuros);
explorar, acompanhar a evolução dos cenários, e formular estratégias múltiplas, flexíveis, resilientes e sustentáveis frente a cada um dos cenários delimitados (planejamento baseado em cenários); e,
construir uma visão de futuro desejável e senso de propósito compartilhados de forma a inspirar novas soluções,
enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades das mudanças, cocriando o futuro (planejamento estratégico prospectivo).
A ferramenta ajuda líderes e formuladores de políticas não apenas possam responder ao que está por vir, mas se preparem para cenários mais prováveis até aqueles que podem parecer absurdos ou impossíveis sob a ótica atual.
Recomenda-se promover a participação de diferentes stakeholders, como especialistas, colaboradores, clientes, especialistas e comunidades, para construir uma visão compartilhada do futuro.
Esse processo comunicativo e colaborativo cria uma cultura essencial para qualquer prática institucional de governança e inovação antecipatórias.
Tipos de Futuros Potenciais
Tudo o que está além do momento presente é um futuro potencial, tanto os que podemos imaginar e sonhar (categorias de futuros alternativos que se encontram dentro do cone), quanto os nunca imaginados ou sonhados (categorias de futuros alternativos que se encontram fora do cone), com os seguintes conceitos e características:
Futuro Absurdo - Esse tipo de futuro contempla cenários considerados irracionais ou improváveis, que, à primeira vista, parecem absurdos. Embora tais cenários possam desafiar o bom senso, sua exploração permite que os gestores e inovadores testem os limites de sua imaginação e considerem alternativas radicais para enfrentar desafios futuros;
Futuro Possível - Esses cenários são viáveis, mas ainda requerem avanços científicos e tecnológicos. O futuro possível explora um horizonte onde as tecnologias e conhecimentos necessários para concretizar esses cenários ainda estão em desenvolvimento, sendo uma importante área de atenção para os setores de pesquisa e desenvolvimento;
Futuro Plausível - Baseado em conhecimento e tendências atuais, o futuro plausível abrange cenários que, embora não sejam os mais prováveis, são razoáveis. Eles representam uma expansão lógica do presente e dependem da continuidade de tendências conhecidas e estáveis, sendo amplamente utilizados para planejamento de médio a longo prazo;
Futuro Provável - Estes são cenários com alta previsibilidade e baixa incerteza, baseados em dados e tendências sólidos. São geralmente construídos a partir de análises estatísticas e projeções, servindo de base para o planejamento tradicional. O futuro provável, no entanto, traz um risco de complacência, ao não considerar eventos inesperados ou disruptivos;
Futuro Projetado - Também chamado de “business as usual”, é uma extensão linear do presente onde se presume que as tendências atuais continuem inalteradas. O futuro projetado é útil para prever cenários em que a mudança seja incremental e progressiva, mas se limita em capacidade de resposta a disrupções ou crises;
Futuro Preferido - Representa os cenários ideais, construídos a partir dos valores e aspirações de uma organização ou sociedade. Esse tipo de futuro exige um compromisso com a transformação proativa e muitas vezes requer inovações que alinhem o desenvolvimento organizacional com a sustentabilidade e o bem-estar coletivo.
Aplicabilidade:
Empresas: Para auxiliar na definição de estratégias de longo prazo, na identificação de novas oportunidades de negócios e na gestão de riscos.
Governos: Para a formulação de políticas públicas, o planejamento urbano e a gestão de crises.
Organizações não governamentais: Para a definição de suas agendas no âmbito de seus objetivos institucionais e a mobilização de recursos.
Indivíduos: Para a tomada de decisões importantes e a construção de planos de vida.
Principais benefícios:
Superar as limitações do pensamento linear;
Subsidiar o planejamento estratégico e a tomada de decisões sustentadas por dados e evidências;
Construir uma visão compartilhada de futuro desejável;
Maior alinhamento estratégico com a visão de futuro;
Desenvolver estratégias flexíveis, resilientes e sustentáveis;
Fortalecer cultura inovadora e orientada para o futuro;
Promover a governança de riscos;
Promover a governança da inovação;
Promover a governança de portfólios de projetos e investimentos;
Identificar novas oportunidades e negócios;
Prevenir riscos de impacto de surpresas estratégicas, rigidez estratégica, falta de preparação e perda de competitividade;
Aumentar a competitividade;
Aumentar a resiliência;
Melhorar a comunicação;
Criar valor para os stakeholders;
Melhorar a reputação.
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